A Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou neste sábado (23) que o bloqueio no Orçamento da União, abaixo do esperado, é resultado de uma arrecadação que “tem surpreendido”. Nesta sexta-feira (22), o Executivo anunciou a retenção de R$ 2,9 bilhões, conforme o primeiro relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas do ano. Essa medida visa cumprir o limite de despesas previstas na nova regra fiscal do país e será aplicada nos gastos discricionários, ou seja, os não obrigatórios.
Segundo a ministra, havia uma expectativa entre especialistas de um bloqueio até dez vezes maior do que o anunciado pelas pastas da Fazenda e do Planejamento. Ela ressaltou que, apesar do compromisso maior do governo ser com aspectos sociais, reconhecem a importância de não aumentar a dívida para garantir um crescimento sustentável.
Tebet conversou com jornalistas após participar do lançamento do livro de Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin, em São Paulo. Ela ainda destacou que o bloqueio demonstra o compromisso do governo com a estabilidade fiscal, porém, ressaltou a preocupação com o aumento das despesas obrigatórias, especialmente com a Previdência Social.
A ministra mencionou que o governo está investigando possíveis fraudes e erros para garantir que não haja perda de arrecadação. A Receita Federal tem batido recordes na arrecadação neste ano, o que colabora com a meta do governo de zerar o déficit fiscal.
Tebet explicou que o desempenho acima do esperado na arrecadação reflete a expansão da economia brasileira, com destaque para o agronegócio. Ela atribuiu esse resultado também à melhora do consumo das famílias, impulsionado por políticas públicas que injetaram dinheiro na economia.
Para este ano, o governo federal prevê um crescimento menor do PIB, de 2,2%, principalmente devido ao aumento do investimento público por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A expectativa é que o crescimento seja mais diversificado, envolvendo não apenas o agronegócio e o consumo da população, mas também investimentos em infraestrutura.
