A “Superquarta” promete trazer possíveis mudanças no cenário da política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e o Federal Reserve (Fed) definirão e anunciarão os próximos passos da política monetária para os respectivos países nesta quarta-feira (20).
No Brasil, o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), que reflete o sentimento do mercado em relação às decisões do Copom, indica uma probabilidade de 99% de ocorrer um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, reduzindo-a de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano.
Já nos Estados Unidos, as expectativas apontam para a manutenção da taxa de juros entre 5,25% e 5,50% nas próximas reuniões do Fed. Além disso, a probabilidade de um ciclo de cortes iniciar em junho diminuiu mais de 7 pontos percentuais entre sexta-feira (15) e segunda-feira (18), para 51,1%.
Com as expectativas dos agentes consolidadas, a atenção se volta para a comunicação das autoridades monetárias, como indica Julio Hegedus, economista-chefe da Mirae Asset Brasil. No caso do Copom, a retirada do forward guidance (indicação futura) sobre cortes de juros é considerada provável, pois limita a atuação do Banco Central, obrigando-o a sinalizar futuras reuniões.
Volnei Eyng, CEO da Multiplike, destaca a importância do comunicado do BC para determinar se os cortes futuros serão de 0,25 ponto percentual a partir de junho ou se permanecerão em 0,50 ponto percentual.
Para o professor doutor de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Hugo Garbe, a reunião de março é particularmente significativa devido à cautela e expectativa sobre a recuperação econômica do Brasil. A decisão sobre a Selic terá um impacto direto na atividade econômica, afetando desde a concessão de crédito até os investimentos e o consumo das famílias.
O Boletim Focus do Banco Central projeta que a Selic encerrará o ano de 2024 em 9%, refletindo as expectativas do mercado.
