O relatório da CPI da Pandemia ganhou força após o indiciamento de Jair Bolsonaro por fraude no cartão de vacinas, conforme acreditam senadores envolvidos na comissão. Eles veem essa decisão como um passo importante para levar outras acusações contra o ex-presidente relacionadas à pandemia de Covid-19 a julgamento.
Na terça-feira (19), integrantes da comissão se reuniram com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que se comprometeu a reavaliar pelo menos algumas conclusões da CPI.
“Os fatos revelados no indiciamento do cartão de vacinas fizeram parte do relatório da CPI”, afirmou o senador Renan Calheiros, que foi relator da CPI.
Os senadores acusam a gestão do ex-procurador Augusto Aras de ter “engavetado” as acusações, destacando que a comissão concluiu pelo indiciamento de Bolsonaro por nove crimes, com provas que não foram consideradas pelo ex-procurador.
“Gonet está disposto a caminhar com a investigação”, disse Omar Aziz à CNN, ele que presidiu a comissão.
A CPI, que foi concluída em 2021, recomendou o indiciamento de Bolsonaro por crimes relacionados a erros e omissões no combate à pandemia. Até então, Bolsonaro não havia sido indiciado por nenhuma das acusações.
“O procurador anterior propôs o arquivamento de todo relatório apresentado pela CPI. Mas nós agravamos (entraram com recurso no Supremo Tribunal Federal). É o caso, por exemplo, da petição que trata de fake news, irregularidades na aquisição de vacinas e descumprimento de medidas preventivas”, afirmou Randolfe Rodrigues, que atuou como vice-presidente da comissão.
Entre os crimes com recomendação de indiciamento de Bolsonaro, estão prevaricação, infração à medida sanitária e crime contra a humanidade.
A CNN procurou o ex-procurador-geral Augusto Aras para comentar as acusações de que teria “engavetado” as acusações contra Bolsonaro, mas ainda não obteve retorno.