O ativismo político e o intervencionismo nas empresas estatais e privatizadas têm levantado preocupações entre economistas e empresários, com destaque para a ingerência do governo Lula na gestão da Petrobras e na governança da Vale, além da tentativa de recuperação do controle na Eletrobras. Para Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional e sócio da Oriz Investimentos, tais movimentos são injustificados e prejudicam o momento econômico favorável do país.
Em entrevista à CNN, Kawall destacou a necessidade de o governo compreender que não há espaço para gerenciar a economia neste terceiro mandato de Lula. O economista ressaltou que o investimento é o ponto fraco da economia brasileira e que a intervenção governamental pode adiar decisões empresariais, além de desviar o foco de questões importantes, como a transição energética.
Kawall apontou o cenário externo, especialmente nos Estados Unidos, como o maior risco para a economia brasileira atualmente. Por outro lado, destacou os aspectos positivos da atividade econômica no Brasil, como o crescimento, a queda da inflação, o mercado de trabalho aquecido e a redução dos juros pelo Banco Central.
Sobre a política fiscal, o economista observou que a receita do governo está aumentando devido ao crescimento econômico e às medidas aprovadas pelo Congresso. Apesar de ainda não ter resolvido questões estruturais das contas públicas, como o controle da dívida pública, Kawall afirmou que o contingenciamento de despesas neste ano deve ser mais baixo do que o previsto anteriormente pelo mercado, e a previsão para o déficit do ano também melhorou.