Durante os nove primeiros meses de 2023, a Americanas registrou uma queda de 45,1% na sua receita em comparação com o mesmo período de 2022, totalizando R$ 10,293 bilhões.
Esta redução foi principalmente impulsionada pelos canais online da empresa, que experimentaram uma diminuição de 79,2% na receita durante o mesmo período, totalizando R$ 1,898 bilhão.
O segmento digital foi o mais afetado pela revelação das fraudes contábeis que resultaram na recuperação judicial da companhia em janeiro do ano anterior.
Devido ao fato de que o valor médio dos produtos vendidos era mais elevado, houve um impacto significativo na confiança dos consumidores, que passaram a temer por entregas não realizadas, e dos vendedores, que receavam não receber os pagamentos pelas vendas realizadas.
No balanço divulgado nesta segunda-feira (26), após alguns adiamentos, a Americanas declarou ter implementado um plano de comunicação para tranquilizar os clientes, demonstrando que as operações continuavam normalmente. Isso incluiu a redução do prazo de repasse para os vendedores.
Com relação aos clientes, a empresa fez esforços para manter os estoques e os prazos de entrega. Além disso, a estratégia digital foi modificada, migrando do estoque próprio (1P) para o modelo de marketplace, onde terceiros (3P) são os responsáveis pelos produtos em algumas categorias, visando melhor rentabilidade.
Como resultado, as vendas com estoques de terceiros aumentaram de 51% do total do e-commerce nos nove primeiros meses de 2022 para 65% no mesmo período do ano passado.
No entanto, o varejo físico, que em 2022 representava a segunda maior fatia da receita da Americanas, assumiu a liderança nos primeiros nove meses do ano passado, com receita líquida de R$ 7,251 bilhões, uma queda de 18,8% em relação ao ano anterior.
A receita líquida do Hortifruti Natural da Terra (HNT) caiu 7% entre os primeiros nove meses de 2022 e o mesmo período de 2023, totalizando R$ 1,359 bilhão. Já na Ame, a fintech do grupo, a queda foi de 63,8%, para R$ 198 milhões. Na Uni.co, a redução foi de 7,6%, para R$ 145 milhões.
A chamada venda bruta (GMV) da Americanas foi de R$ 16,059 bilhões no período, uma queda de 51,1% em um ano. No varejo físico, a redução foi de 4,4%, para R$ 9,275 bilhões, enquanto no digital, a diminuição foi de 77,1%, para R$ 4,8 bilhões.