O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), expressou durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (8) sua preocupação com o que ele descreve como perseguição por parte do governo e do Judiciário na operação que resultou em busca e apreensão na sede de seu partido. Marinho também questionou a imparcialidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para conduzir o inquérito.
Marinho afirmou: “Quem é vítima não pode investigar, não tem imparcialidade, não tem isenção para estar à frente de um inquérito”. Acompanhado por outros senadores da oposição, ele destacou que essa situação representa um perigo para a democracia brasileira, argumentando que “o excepcional está sendo banalizado” e que o PL tem sido alvo por ser o maior partido de oposição ao governo.
A operação, que incluiu 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares, baseia-se, entre outros elementos, na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Além disso, aliados próximos do presidente, como os militares e ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, bem como o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, estão entre os alvos da operação. A decisão de Moraes também determinou que o ex-presidente entregasse seu passaporte em até 24 horas.
Marinho enfatizou a importância de um processo isento, afirmando que “ninguém está acima da lei”. Ele declarou: “Reafirmamos que ninguém está acima da lei: nem eu, nem os senadores aqui presentes, nem o presidente Lula, nem o ex-presidente Bolsonaro, nem tampouco o ministro Alexandre de Moraes”.
Em relação à Justiça Militar, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) negou qualquer associação do general Augusto Heleno com uma “Abin Paralela” e expressou seu entendimento de que as Forças Armadas não devem se omitir em irregularidades. Ele argumentou que o Exército deveria ter aberto inquérito contra militares acusados de crimes há muito tempo.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) acrescentou que Bolsonaro nunca autorizou nenhum golpe, ressaltando que o que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023 não pode ser considerado um golpe.
Por fim, o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou nas redes sociais que enviará uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar a participação do Partido Liberal em uma tentativa de golpe. Ele afirmou que, se comprovada a atuação do partido, solicitará a cassação de seu registro por envolvimento em atividade criminosa.