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Impacto Ambiental na Reabertura da Estrada do Bananal em Magé no RJ: Ambientalistas Alertam sobre Ameaça à Biodiversidade

Reabertura Irregular e Ameaça às Espécies em Extinção

Na cidade de Magé, no Rio de Janeiro, ambientalistas e pesquisadores denunciam a reabertura irregular da Estrada do Bananal. Esta ação, realizada na zona de amortecimento do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, coloca em risco espécies de peixes-das-nuvens ameaçadas de extinção. A estrada, abandonada por cerca de 40 anos, havia se transformado em habitat natural, sendo utilizada apenas por animais, como onças-pardas e gatos-mouriscos.

Motivação Eleitoreira e Ausência de Licença

A retomada da Estrada do Bananal é atribuída ao vereador Silmar Braga (PL-RJ) e ao prefeito Renato Cozzolino (PP). A ação, registrada em vídeo, levanta preocupações sobre motivações eleitoreiras, visando contornar o recém-implantado pedágio na rodovia Rio-Teresópolis.

Alerta e Intervenção Ambiental

Ambientalistas, cientes da ação, mobilizaram-se para conter o avanço da retroescavadeira. O Projeto Base da Coruja, responsável pela pesquisa na região, denunciou a situação ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que iniciou um inquérito para apurar o ocorrido.

Desmatamento e Impactos na Biodiversidade

O biólogo Jorge Pontes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), constatou que aproximadamente 300 metros de floresta foram desmatados. Além do impacto imediato, a abertura da estrada representa uma ameaça à biodiversidade, especialmente ao habitat do peixe-das-nuvens.

Ausência de Planejamento e Manifestações Oficiais

Surpreendentemente, não foram encontradas publicações oficiais da prefeitura de Magé sobre o projeto nos Boletins Informativos desde 2023. O secretário de Meio Ambiente, Carlos Henrique Rios Lemos, negou a existência de obras no local, afirmando que a intenção era realizar um estudo topográfico.

Desafios na Reabertura e Resistência Ambiental

A Estrada do Bananal, com menos de três quilômetros, atravessa terreno alagável e de relevo acidentado. Além disso, a presença de uma subestação de transmissão de energia no antigo leito implica desafios significativos para a reabertura. Ambientalistas destacam que a obra não apenas desmataria áreas em regeneração, mas também fragmentaria o habitat.

Descaso com a Legislação Ambiental

A falta de autorização e licença para a empreitada é ressaltada pelos defensores do meio ambiente. A região da estrada está inserida na zona de amortecimento do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, exigindo licenciamento ambiental. O vereador Silmar Braga, em vídeo, admite a falta de conhecimento ambiental na tomada de decisão.

Resistência e Possível Retomada da Obra

Apesar da aparente suspensão temporária da obra, informações locais indicam uma possível retomada na próxima quinta-feira (18), independentemente das considerações dos órgãos ambientais.

Histórico e Ações da Comunidade Local

Proprietários de terras, como Antônio Motta, destacam o descaso histórico com a estrada e a resistência da comunidade em preservar a região. A fazenda de Antônio, dedicada à preservação e pesquisa, contribui para a formação de um corredor ecológico conectando áreas de Mata Atlântica.

Conclusão e Desafios Políticos

A reabertura da Estrada do Bananal representa não apenas uma ameaça ao meio ambiente, mas também levanta questionamentos sobre ações eleitoreiras. A comunidade local busca alternativas, como a isenção do pedágio para moradores, enquanto a prefeitura enfrenta críticas por suas ações sem respaldo legal. A situação permanece em evolução, com a promessa de uma possível retomada da obra.

Imagem de satélite do traçado da antiga Estrada do Bananal (amarelo) passando por dentro da Fazenda das Nascentes (azul). Parte da área do PARNASO aparece em verde, no canto superior esquerdo, com sua zona de amortecimento contornada em vermelho. O pedágio está na parte inferior da imagem. Créditos: Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural e Google Earth *Imagem atualizada às 20:45, 12/01/24, para corrigir parte do traçado original.

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