Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) propõe regras para a utilização de inteligência artificial (IA) nas disputas eleitorais, os marqueteiros já se preparam para incorporar a tecnologia em suas estratégias, porém, com receios quanto aos possíveis efeitos colaterais.
Segundo profissionais consultados pela CNN, a inteligência artificial promete ser uma revolução na comunicação política, especialmente por ser uma tecnologia acessível e de baixo custo. Pablo Nobel, marqueteiro que atuou na campanha de Javier Milei na Argentina e está envolvido na pré-campanha de Tabata Amaral (PSB) em São Paulo, destaca que já estão sendo realizados testes para as eleições de 2024.
Contudo, há uma preocupação crescente no mercado. Devido à acessibilidade da ferramenta, alguns profissionais receiam que a inteligência artificial seja utilizada de forma inadequada, produzindo conteúdos que não estejam alinhados com as estratégias dos comitês das campanhas. O termo “terrorismo político” foi mencionado como uma possível consequência dessa utilização indiscriminada.
Chico Mendes, marqueteiro que participou da campanha de Rodrigo Garcia em 2002, destaca a preocupação com a manipulação de imagens. Ele observa a criação de imagens perfeitas e a substituição de bancos de imagens por IA, antecipando uma possível onda de manipulação através de fotos.
A falta de clareza sobre como regular essa tecnologia é um desafio mencionado por Chico Mendes. A capacidade explosiva da inteligência artificial ainda é uma incógnita para muitos profissionais, aumentando a necessidade de regulamentações efetivas.
Chico Malfitani, marqueteiro com experiência em diversas campanhas petistas desde 1989, reforça a importância da regulamentação, citando casos na Argentina em que a IA foi utilizada de maneira prejudicial, disseminando informações falsas e difamatórias nas redes sociais.
O uso responsável e ético da inteligência artificial nas campanhas eleitorais emerge como um tema crucial, requerendo ações regulatórias para mitigar possíveis abusos e garantir a integridade do processo democrático.
