Após o aumento de 18% no preço do arroz ao longo de 2023, a dupla de alimentos essenciais para os brasileiros, arroz e feijão, está prestes a ficar mais cara no próximo trimestre de 2024. Condições climáticas adversas impactaram negativamente a produção desses alimentos nos últimos seis meses de 2023.
De acordo com dados do IPCA, apenas entre janeiro e dezembro do ano passado, o arroz experimentou um significativo aumento de preço. Além disso, os últimos registros do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA) também indicam um aumento nos valores.
No início de 2023, a saca de arroz de 50 kg, vendida pelos produtores, custava aproximadamente R$ 92. Contudo, ao final do ano, o mesmo produto era comercializado por R$ 126.
Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, previu esse cenário, destacando que a última safra foi menor, apesar das quedas registradas no final de 2022. A estiagem no Rio Grande do Sul, responsável por 80% da produção nacional de arroz, resultou em fazendas que não conseguiram atender às expectativas do mercado.
O pesquisador também expressou a expectativa de que os valores possam diminuir, mas não retornarão aos patamares anteriores ao aumento.
Apesar do encarecimento do arroz, não há risco de desabastecimento no país, já que há a opção de importação do produto. Entretanto, a situação é mais delicada em relação ao feijão, pois algumas variedades da leguminosa são cultivadas exclusivamente em território nacional.
Para 2024, a estimativa era de uma colheita de feijão de cerca de 3 milhões de toneladas, mas a safra deve sofrer uma retração de aproximadamente 2,5%. Isso implica que o preço do feijão deve apresentar uma elevação mais intensa até março.