Nesta sexta-feira (15), a Americanas divulgou que obteve o apoio do Banco ABC Brasil e do Itaú Asset Management para um acordo em seu plano de recuperação judicial, visando reunir os principais credores da empresa.
Com a adesão dessas instituições ao acordo, a Americanas afirma ter angariado o apoio de credores que representam mais de 47% da sua dívida. A empresa também mencionou ter recebido informações sobre aprovações internas de outros credores ao acordo, denominado pela empresa como PSA. Se essas aprovações se converterem em assinaturas até segunda-feira (18), a Americanas poderá contar com a adesão de credores detentores de mais de 50% da sua dívida.
A empresa não revelou os nomes dos credores envolvidos nesse caso. Até o momento, a Americanas conquistou o apoio de bancos como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, BTG Pactual, BV e Daycoval.
Entretanto, o Safra, detentor de aproximadamente R$ 2,5 bilhões da dívida da Americanas, permanece contrário ao plano de recuperação judicial proposto pela empresa. Alegam que os termos implicam na interrupção das investigações sobre a fraude contábil.
A assembleia de credores está marcada para terça-feira (19) em primeira convocação, com uma segunda chamada prevista para 22 de janeiro. O plano de recuperação envolve aporte de R$ 12 bilhões pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira; transformação de R$ 12 bilhões em dívidas em ações da empresa e descontos nas dívidas dos credores, variando de 50% a 80%.
A aprovação do plano de recuperação ainda este ano é prioritária para a empresa, buscando homologação pela Justiça do Rio de Janeiro no início de 2024. A Americanas enfrenta pressa para competir no varejo nacional sem acesso a recursos em condições de mercado e diante da expansão de concorrentes internacionais no país. A CPI sobre o escândalo da empresa foi encerrada em setembro sem apontar responsáveis pelo rombo.
