Kyle de Bouter segura um par de shorts feitos de redes de pesca recicladas, enquanto trabalhadores cortam velhas redes de nylon para empilhá-las em fardos de uma tonelada e dois metros quadrados.
A empresa de De Bouter, Brikole, é uma startup de “economia circular” que recicla redes descartadas da indústria da pesca do atum.
Ele notou as redes se acumulando no principal porto de Victória, a capital de Seicheles, um país insular da costa africana, e percebeu que reciclar os produtos descartados poderia gerar seu sustento, ao mesmo tempo que ajudaria a limpar o lixo e a criar empregos.
Ele sonhava em contratar seichelenses para converter as redes em produtos como bolsas, redes ou shorts.
Pesquisadores notaram que as pequenas empresas representam 90% ou mais da atividade comercial e empregam a maioria dos trabalhadores em todo o mundo, mas tendem a estar menos envolvidas na sustentabilidade.
A ONU observa que apenas 7,2% dos materiais usados são reciclados de volta para a economia global.
“Queríamos criar o máximo possível de atividade econômica para as Seicheles”, mesmo com um negócio pequeno e simples, disse De Bouter.
As Seicheles, uma pequena nação com cerca de 100.000 habitantes no Oceano Índico, possuem 1,3 milhões de quilômetros quadrados de território marinho.
As Nações Unidas observam que uma utilização mais circular de concreto, aço, plástico e alumínio poderia ajudar a reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa em 40% até 2050.
Com a Brikole reciclando mais de 500 toneladas de redes de pesca no ano passado, as Seicheles poderiam contribuir com uma porcentagem crescente – até 25% no futuro – da produção total atual de nylon da Bureo.
O trabalho de Brikole e Bureo sugere que uma maior parte dessa receita poderia ser gerada pelo nylon reciclado, em vez do nylon recém-produzido.