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Manifesto de apoio a Gustavo Petro destaca preocupação com golpe moderado na Colômbia.

Ex-presidentes e líderes políticos de diversos países do mundo lançarão nesta quarta-feira (7) um manifesto em apoio a Gustavo Petro e à tese do mandatário colombiano de que um golpe de Estado moderado está em curso em seu país.

O documento, que conta com cerca de 400 assinaturas, é endossado por nomes como o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, o ex-presidente do Equador Rafael Correa e o ex-presidente da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero.

A lista de signatários brasileiros reúne figuras políticas alinhadas à esquerda, como a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), além de diversos líderes de entidades sindicais.

O manifesto destaca que um golpe moderado está em andamento na Colômbia desde a eleição do primeiro governo progressista do país, liderado pelo presidente Gustavo Petro, pela vice-presidente Francia Márquez e pela coalizão de esquerda conhecida como Pacto Histórico no Congresso.

“Os poderes tradicionais da Colômbia estão se organizando para resgatar uma ordem marcada pela extrema desigualdade, destruição ambiental e violência”, afirma o manifesto.

O texto denuncia o uso do poder institucional, agências reguladoras, conglomerados de mídia e o Poder Judiciário do país para interromper as reformas do governo Petro, intimidar seus apoiadores, derrubar sua liderança e difamar sua imagem no cenário internacional.

O manifesto refere-se a uma série de controvérsias ocorridas no país nos últimos meses, incluindo a disputa entre Petro e o procurador-geral da República, Francisco Barbosa. Barbosa foi indicado para o cargo pelo ex-presidente conservador Iván Duque.

Segundo as lideranças que apoiam Petro, o procurador-geral estaria atuando ativamente contra o governo ao promover investigações que podem resultar na suspensão, destituição e desqualificação de membros do Congresso aliados ao presidente, além de empreender iniciativas contra o próprio Petro.

O objetivo dessa campanha coordenada, de acordo com o manifesto, é proteger os interesses dos poderes tradicionais da Colômbia, impedindo reformas populares que aumentariam os salários, melhorariam os cuidados de saúde, protegeriam o meio ambiente e alcançariam a “paz total” no país.

O manifesto conclama amigos do povo colombiano e aliados da democracia em todo o mundo a se oporem a essas táticas insidiosas e a impedirem o avanço de um golpe moderado na Colômbia.

Vale ressaltar que, na Colômbia, a oposição acusa Petro de corrupção, enquanto o governo se diz alvo de conspiração. A tensão política aumentou recentemente após o vazamento de áudios supostamente enviados por Armando Benedetti, que chefiou a campanha de Petro no ano passado

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e posteriormente se tornou embaixador na Venezuela, para Laura Sarabia, braço direito do presidente.

Durante a conversa, o diplomata teria sugerido que houve financiamento ilegal e até mesmo envolvimento do narcotráfico na campanha de Petro à Presidência. Publicamente, Benedetti afirma que os áudios foram manipulados, enquanto Petro nega as acusações.

Os rivais políticos de Petro rapidamente registraram queixas contra ele na Comissão de Acusações do Parlamento. No entanto, em nenhuma entrevista ou áudio foi demonstrado que ele cometeu um crime. Para o presidente, essa é uma simples tentativa de golpe moderado para impedir a luta contra a impunidade, conforme afirmou em suas redes sociais.

Na semana passada, a Suprema Corte da Colômbia acusou o presidente de gerar instabilidade institucional e interpretar mal a Constituição, após Petro questionar o procurador-geral da República. Isso ocorreu após o Ministério Público encerrar as investigações sobre os massacres cometidos pelo maior cartel de drogas do país. Petro pediu explicações, afirmando que o procurador-geral da República, Francisco Barbosa, estava sob seu comando.

A Suprema Corte manifestou grande preocupação com a interpretação feita por Petro a respeito do artigo constitucional sobre a autonomia do Judiciário. Segundo o comunicado da Corte, ignorar ou interpretar mal os fundamentos do Estado de Direito gera incerteza, fragmentação e instabilidade institucional.

Petro, segundo a Suprema Corte, desconsidera a autonomia e a independência judicial, que são cláusulas fundamentais da democracia colombiana. A situação política na Colômbia continua tensa, com acusações de ambos os lados e disputas em diferentes frentes.

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