Governo dá pontapé inicial para obras de reforma na Cruzada São Sebastião, no Leblon

O governador Cláudio Castro assinou neste sábado (12) a ordem de início das obras de reforma das áreas comuns da Cruzada São Sebastião, no Leblon, Zona Sul do Rio.

As intervenções vão beneficiar os dez prédios de sete pavimentos e quase mil apartamentos, onde residem famílias de baixa renda.

A primeira etapa, que será iniciada na segunda-feira (12), custará R$ 4,4 milhões e terá a reforma de fachada, telhado, quadro de luz e parte hidráulica.

A segunda fase, ainda em fase de licitação, tem valor estimado de R$ 2,6 milhões. O investimento faz parte do programa Casa da Gente, realizado pela Empresa de Obras Públicas (Emop).

O secretário de Infraestrutura e Obras, Max Lemos, também disse a segunda fase prevê a instalação de elevadores externos nos prédios.
Moradores ouvidos pelo g1 questionam se a medida surtirá efeito a longo prazo, já que um dos problemas do condomínio é falta de manutenção causada pelo não pagamento do condomínio por parte dos apartamentos.

Proposta de fechar a rua fazer área de lazer

O governador disse não gostar de tratar a Cruzada como “conjunto habitacional” e prometeu levar ao prefeito Eduardo Paes a ideia de fechar a via que passa na porta dos prédios.
“Ninguém aqui é bicho pra se tratado assim. Isso aqui é a residência, o sonho de moradia das pessoas. Vou ligar para o Eduardo Paes para ver a possibilidade de transformar a rua num boulevard para os moradores. Fechar a rua, fazer uma quadra, área de lazer onde possa ter até food trucks. Isso se a comunidade quiser. Vamos conversar e ver se é possível”, disse Castro.

O trecho da Rua Humberto de Campos liga a Avenida Afrânio de Melo Franco à Borges de Medeiros e faz a conexão com a ponte sobre o Jardim de Alah que chega à Rua Redentor, em Ipanema.

A Cruzada

A Cruzada São Sebastião está à margem do Jardim de Alah, canal que divide o Leblon, onde fica o conjunto habitacional, de Ipanema.
Está situada entre a Lagoa e a praia, ao lado do Shopping Leblon, do Teatro Casa Grande e dos clubes Paissandu, AABB e Monte Líbano.
Fazem parte do conjunto a Igreja dos Santos Anjos e a escola municipal Santos Anjos, ambas tombados pela Secretaria Extraordinária do Patrimônio Cultural em 2008.

Projeto de fim das favelas

A inauguração foi feita por Dom Hélder Câmara, na época secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 29 de outubro de 1955.
A Cruzada abrigou moradores de comunidades desocupadas, como a extinta favela da Praia do Pinto – extinta após seguidos incêndios.
A ideia de Dom Hélder era fazer do conjunto um modelo para um projeto de acabar, em 10 anos, com as 150 favelas que existiam no Rio.
Em meio a um dos metros quadrados mais caros do Rio, a Cruzada abriga moradores de baixa renda e, segundo a polícia, tem pontos de venda de tráfico de drogas.
O conjunto de 945 apartamentos teve financiamento com 15 anos de prazo, com mensalidades que correspondiam, nos maiores apartamentos (de dois quartos), a 15% do salário mínimo.

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