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Os planos dos bilionários para lutar contra o aquecimento global

O próximo desejo de alguns dos bilionários americanos não é uma conquista pessoal, como a compra de uma mansão ou um carro de luxo. Os homens mais ricos do mundo estão planejando investir em iniciativas que ajudem a salvar o mundo da crise climática.

Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X, anunciou recentemente em sua conta pessoal do Twitter que vai premiar com US$ 100 milhões quem tiver a melhor tecnologia para captura de dióxido de carbono da atmosfera. Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, prometeu doar US$ 10 bilhões para iniciativas climáticas. E Bill Gates, cofundador da Microsoft, lançou faz pouco tempo um livro sobre como reduzir as emissões de carbono a zero.

Juntos, eles somam uma fortuna estimada em US$ 466 bilhões – algumas das maiores pegadas pessoais de carbono do planeta. “O que anima essas pessoas é a tecnologia e a inovação. Eles competem entre si, mesmo que apenas inconscientemente. A ideia é investir fundos em um monte de coisas e esperar que algumas realmente tenham sucesso”, disse Bill Weihl, diretor executivo da Climate Voice, que anteriormente liderou as divisões de energia limpa e sustentabilidade do Google e do Facebook.

É preciso mudar radicalmente os processos tradicionais para conseguir mudar e reverter as emissões de alguns setores da economia, como siderurgia e aviação. Weihl destaca a importância de começar a implantar inovações para conseguir uma mudança rápida. “Há uma tendência natural de buscar uma única bala de prata para o problema, mas, com as mudanças climáticas, precisamos de mais de uma ação. Não temos tempo para apenas desenvolver opções de longo prazo.”

O estudioso destaca a importância de pensar o lado social e agir coletivamente. No último ano, os Estados Unidos registraram recorde de incêndios florestais e furacões. Muitas comunidades ainda se recuperam deste impacto. “É ótimo que os bilionários tenham novas ideias, mas acho que, antes de mais nada, precisamos garantir que as comunidades mais afetadas sejam resilientes. Se você não está exposto a algo a que muitas pessoas mais pobres e negras estão expostas, provavelmente não está pensando tanto nisso”, disse Adrienne Hollis, ativista da justiça ambiental e parte da Union of Concerned Scientists.

Elon Musk

Elon Musk (Foto: Win McNamee / Equipe via Getty Images)
Elon Musk, CEO da Tesla (Foto: Win McNamee / Equipe via Getty Images)
Com a Tesla e seus carros elétricos, Musk ajuda a construir um novo mundo de baixas emissões. O bilionário também prometeu recentemente US$ 100 milhões ao vencedor do X Prize para tecnologias e projetos de captura de carbono.

“Elon Musk é um tecno-otimista, então faz sentido que ele opte pela captura de carbono. Você poderia criar um novo dispositivo, mas o verdadeiro desafio é conseguir dar escala a uma solução”, afirma Andres Clarens, engenheiro ambiental da Universidade da Virgínia que pesquisou opções de captura de carbono.

Os cientistas declararam que será muito difícil reduzir a emissão de carbono a zero sem alguma grande descoberta que faça a remoção dos gases na atmosfera ou sem o reflorestamento em massa.

Bill Gates

O fundador da Microsoft tem mais de 20 anos apoiando iniciativas para enfrentar grandes  questões, incluindo pobreza, doenças e mudanças climáticas.

O Breakthrough Energy, seu fundo de investimento, reúne uma rede de bilionários entre os patrocinadores, incluindo Mike Bloomberg, George Soros e Mark Zuckerberg. Gates acaba sempre por investir em projetos de alto risco e longo prazo que visam levar o mundo a zero emissões de carbono. Entre esses investimentos está um plano para converter a água do mar em partículas microscópicas a serem pulverizadas nas nuvens, tornando-as mais brancas e, portanto, aumentando sua capacidade de refletir a luz solar, reduzindo o aquecimento global.

Jeff Bezos

WASHINGTON, DC - MAY 18: Jeff Bezos, founder and Chief Executive of Amazon.com and owner of The Washington Post, participates in a conversation during the event 'Transformers: Pushing the Boundaries of Knowledge,' May 18, 2016 in Washington, DC. The Washi (Foto: Alex Wong/Getty Images)
 Jeff Bezos, fundador da Amazon (Foto: Alex Wong/Getty Images)

O Bezos Earth Fund distribuiu em novembro os primeiros US$ 791 milhões em doações a uma série de grupos de conservação e soluções climáticas para combater o que o fundador da Amazon definiu como “a maior ameaça para o nosso planeta”.

Bezos também estabeleceu uma promessa climática para sua empresa, segundo a qual a gigante das entregas teria emissões líquidas de CO2 zero até 2040, por meio de uma mudança para energia renovável e a compra de 100 mil veículos elétricos.

A visão foi bem recebida pelos defensores do clima e provou ter grande influência em outros negócios. No entanto, há quem aponte a falta de detalhes sobre como a Amazon vai chegar a emissões líquidas zero. Além disso, alguns dos trabalhadores da companhia estão descontentes pelo fato de o bilionário se recusar a rescindir contratos que fornecem serviços de computação em nuvem para empresas de combustíveis fósseis.

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