Os dois policiais militares envolvidos no caso de agressão a um caminhoneiro no início deste mês na RJ-158, em Itaocara, no Noroeste Fluminense, foram indiciados pela Polícia Civil. O inquérito foi concluído nesta quinta-feira (30) e encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.
Os policiais devem responder pelos crimes de lesão corporal leve e violência arbitrária. Somadas, as penas podem chegar a quatro anos de prisão.
“Além disso, a Polícia Civil representou também, medidas cautelares diversas à prisão, como por exemplo, que esses policiais militares sejam proibidos de manter contatos com a vítima e seus familiares, bem como uma testemunha específica”, explicou o delegado da 135ª DP em Itaocara, Rodrigo Maia.
Ainda de acordo com o delegado, o policial que estava trabalhando próximo ao local e não interveio na situação também terá o caso encaminhado para 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.
“Para que se possa apurar e responsabilizar o policial militar que estava de serviço no dia das agressões e nada fez para impedi-las”, disse Rodrigo Maia.
O caso seria encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para que fosse julgado, mas a 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar avaliou que os policiais utilizaram o fato de serem policiais para coagir o caminhoneiro e, por isso, o caso deve ser julgado pela Justiça Militar.
Relembre o caso
A série de agressões aconteceu no dia 4 de julho, na RJ-158, estrada que liga a cidade de Itaocara ao distrito de Laranjais, e foi flagrada em vídeo.
Nas imagens é possível ver dois homens, policiais à paisana, agredindo o motorista do caminhão. A ação foi presenciada por um outro policial que estava em uma viatura na rodovia e se omitiu frente às agressões.
O caminhoneiro contou que as agressões começaram depois que ele desviou de uma irregularidade na estrada, passando para outra pista. O motorista disse que deu seta e, logo após passar pelo trecho ruim, retornou à pista pela qual seguia antes.
A vítima contou que um carro de passeio pareou com o caminhão, sem que ele entendesse o que o passageiro do carro falava.
Foi quando o carro acelerou e ficou à frente do caminhão dando freadas, ainda segundo o caminhoneiro. Ele disse que viu quando o carona colocou o corpo para fora do carro e atirou para o alto. Ele conseguiu ultrapassar o carro, mas depois foi novamente ultrapassado pelo veículo.
Os dois policiais acusados de agressão foram afastados das ruas e estavam trabalhando internamente no batalhão até que o procedimento apuratório interno fosse finalizado.
Em depoimento à polícia civil, os dois policiais militares acusados de agredir o caminhoneiro alegaram que o vídeo seria referente a apenas um trecho da discussão e que também teriam sido agredidos.