A Itália contabiliza oficialmente cerca de 32,6 mil mortes na pandemia do novo coronavírus, mas um número divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) indica que o total de óbitos pode ser muito maior.
Segundo o relatório “Análises da mortalidade no período de epidemia da Covid-19”, o país registrou, no total, 156.429 falecimentos entre março e abril, o que significa um aumento de 46.909 óbitos em relação à média do mesmo período nos anos anteriores.
Nesses dois meses, as mortes atribuídas oficialmente ao novo coronavírus totalizam 27.938, cerca de 19 mil a menos que o excedente de óbitos registrados no período.
“Com as devidas cautelas, podemos atribuir grande parte do maior número de mortes ocorridas nos últimos dois meses, em relação àquelas das bases do mesmo período, à epidemia em curso”, disse o INPS.
Segundo o instituto, a cifra de óbitos fornecida diariamente pela Defesa Civil é considerada “pouco confiável”, já que é influenciada pelas modalidades de classificação da causa da morte e pela execução de testes para o vírus.
Desde que a pandemia começou a se alastrar na Itália, há diversos relatos, especialmente na região da Lombardia, de idosos que morreram em casa e em asilos sem ter feito testes para a Covid-19.
O local de morte também é relevante, uma vez que, enquanto é muito provável que o teste seja efetuado em ambiente hospitalar, é muito difícil que ele seja conduzido se o óbito ocorre em casa”, acrescentou o INPS.
O instituto também disse que o número de mortes no país costuma permanecer estável ao longo dos anos, o que permite atribuir grande parte do excesso de 2020 à pandemia do novo coronavírus.(ANSA)