Em busca de apoio no Congresso, Bolsonaro vai se reunir com MDB e DEM

Em busca de apoio ao governo, o presidente Jair Bolsonaro fará nova rodada de conversas com partidos, nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 22, por exemplo, ele receberá o deputado Baleia Rossi (SP), presidente do MDB, e, na quinta, o prefeito de Salvador ACM Neto, que comanda o DEM.

Até agora, o Palácio do Planalto agiu para isolar o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), com quem trava um ruidoso embate. Na prática, Bolsonaro tenta montar uma base de sustentação parlamentar no Congresso e tem oferecido cargos a partidos do Centrão, em troca de votos.

Além de acusar Maia de “enfiar a faca” em seu pescoço, Bolsonaro comprou, recentemente, outras brigas com o DEM. Na semana passada, por exemplo, ele demitiu o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta – que é filiado ao partido –, substituindo-o por Nelson Teich. Além disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, outro nome do DEM, acabou rompendo com Bolsonaro depois que ele defendeu o fim do isolamento social na crise do novo coronavírus.

“Nesse momento difícil que o Brasil vive, é hora de deixar as diferenças de lado e buscar agora uma agenda em comum”, disse ao Estado o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB). “Nessa hora, falar em intervenção militar por um lado e impeachment, por outro, é um desserviço para o Brasil. Já temos crise de saúde, crise econômica e uma nova crise política não seria bem-vinda”, emendou Efraim.

Pelo Twitter, Baleia Rossi observou que, como presidente do MDB é seu “dever” discutir com Bolsonaro propostas para “salvar vidas e empregos”. “Precisamos de um pacto de união nacional para enfrentar o Covid 19 e seus impactos. Não é hora de disputa política nem de discursos agressivos. É hora de bom senso”, avaliou Baleia.

O Estado apurou que o DEM perderá o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da Parnaíba (Codevasf), que deve ser entregue ao PP do senador Ciro Nogueira. Além disso, a direção e as superintendências do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), hoje com militares, podem ficar com o PL de Valdemar Costa Neto. Em governos passados, o partido de Valdemar tinha o domínio da área de transportes. Na dança das cadeiras, cargos no Banco do Nordeste, Funasa, Caixa e até em secretarias de ministérios, como o da Saúde, também deverão ser oferecidos aos novos aliados.

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