A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, abriu as negociações do dia em alta, mantendo o patamar de 81 mil pontos, com crescimento superior a 2%. Já o dólar iniciou o pregão desta quarta-feira, 22, em alta de 0,2%, cotado a R$ 5,31. Algumas horas depois, a moeda americana já atingia o mais novo recorde nominal, quando não se desconta a inflação, R$ 5,40. A valorização em 2020 é superior a 30%. No começo do ano, o câmbio variava próximo de R$ 4.
O euro, que também opera em alta nesta quarta, alcançou novo recorde nominal, a R$ 5,84. As duas moeedas atingiram pela primeira vez o patamar de R$ 5 em março deste ano, em meio às incertezas provocadas pelo novo coronavírus, causador da covid-19.
Mercados internacionais
Nos mercados internacionais, após dias de forte volatilidade, provocada, principalmente, pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e pelo colapso nos preços de petróleo, que chegou a ser negociado abaixo de US$ 0, as Bolsas de Ásia e Europa têm dia de recuperação em seus respectivos índices, tentando repor perdas dos últimos pregões.
Investidores de olho
Na agenda, os dados de arrecadação do governo em março podem mostrar perdas na margem e ante o mesmo período do ano passado, mesmo sem ainda sentir os efeitos mais severos do coronavírus sobre a atividade econômica. Na cena política, o Senado realiza sessão sobre o projeto de lei, que altera regras do auxílio emergencial. Na Câmara, está na pauta hoje a votação do projeto de lei do Senado, que cria uma linha de crédito a micro e pequenas empresas durante a pandemia e prevê a destinação de R$ 10,9 bilhões do Tesouro para operacionalizar o financiamento.
Fica no radar ainda a movimentação da ala militar do governo por uma aproximação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após a participação do presidente Jair Bolsonaro em atos antidemocráticos contra Maia, o Congresso e o STF, no domingo. Há expectativas ainda pelo posicionamento do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre o distanciamento social. Ontem, o Ministério da Saúde confirmou mais 166 mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, totalizando 2.741 óbitos no País. O total de casos soma 43.079. No mundo, há 2,5 milhões de contaminados desde o começo do surto e 171.810 mortes, sendo 42.458 delas nos Estados Unidos, país que lidera tanto o ranking de infecções como o de vítimas fatais da doença, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Petróleo
O contrato futuro do petróleo do tipo Brent com vencimento em junho reverteu o movimento de alta observado no fim da noite de terça-feira e registrava tombo de mais de 15% na Intercontinental Exchange (ICE) na madrugada desta quarta-feira, caindo à cotação mais baixa desde 1999.
Há dois tipos de índices de petróleo a serem considerados, o WTI, negociados nos Estados Unidos, em Nova York, e o Brent, negociado na Inglaterra, Londres. No domingo, 19, o WTI foi negociado a (-US$ 37,63), uma queda de mais de 300%. Foi a primeira vez que a commodity chegou a ser negociada em terreno negativo. Isso significa que fornecedores estão sendo pagos para ficar com o produto.
Neste momento, há um choque de demanda para a commodity. Como ninguém compra petróleo por conta da pandemia, já que as produções diminuíram, há menos carros nas ruas, portanto, há menor consumo de combustível, os produtores estão lidando com excesso de estoques do produto, o que leva a queda de preços.
Na segunda-feira, a commodity energética foi negociada abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História, com os investidores liquidando o contrato do WTI para maio, que expirou ontem, para evitar a entrega física. Às 2h30 (de Brasília), o Brent para junho desabava 14,33%, a US$ 16,56 o barril, enquanto o WTI para igual mês descia 4,41% na Nymex, a US$ 11,06 o barril. / SILVANA ROCHA, LUCIANA XAVIER, SERGIO CALDAS, NICHOLAS SHORES E FELIPE SIQUEIRA