No Brasil, subiu para nove o número de casos suspeitos. O boletim do Ministério da Saúde mostra 33 casos notificados; 24 deles foram excluídos ou descartados e nove ainda são considerados suspeitos: três em São Paulo, dois em Santa Catarina, um no Paraná, um em Minas, um no Rio de Janeiro e um no Ceará.
O Brasil não tem nenhum caso confirmado. A partir desta quarta-feira (29), o ministério vai começar a atualizar os casos diariamente. Os boletins vão ser divulgados sempre no meio da tarde com dados colhidos até meio-dia.
O secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis, reconheceu que as expectativas é que os números aumentem muito daqui para a frente.
“Os números vão crescer muito e vai ser muito difícil fazer essa comunicação durante o dia.Com certeza não vai ser uma coisa que vai terminar muito rapidamente. Então, nós vamos continuar com vocês aqui todos dos dias não sabemos ainda por quanto tempo”.
Dos casos suspeitos, até o momento, apenas o de uma jovem em Minas Gerais já está na última etapa para detectar se a infecção é pelo coronavírus. Amostras de saliva e de secreção da paciente estão no laboratório da Fiocruz passando por um exame que verifica todo o código genético do vírus. A expectativa é que o resultado saia na quinta-feira (30) ou na sexta-feira (31).
O secretário disse que as medidas serão tomadas de acordo com a necessidade. Por enquanto o Ministério da Saúde dá duas recomendações: que os brasileiros evitem ao máximo viajar para a região e que as empresas que mantêm negócios com a China deixem de marcar reuniões presenciais e, assim, evitem trazer pessoas de lá para cá. Todo mês entram no Brasil 7.500 pessoas vindas da China.
Muitos brasileiros que estão na China querem voltar para o Brasil, mas não estão conseguindo. Países como Estados Unidos e Japão já retiraram seus cidadãos das áreas mais afetadas.
O avião enviado pelos Estados Unidos deixou a China na tarde de terça-feira (28), pelo horário de Brasília, com 195 americanos que estavam na província de Hubei, onde fica Wuhan, epicentro da doença. Eram quase todos diplomatas e parentes deles.
Também nesta quarta-feira, 206 japoneses desembarcaram em Tóquio. Cinco deles, tinham febre e foram isolados.
Duzentos britânicos pediram para deixar a China e na quinta-feira (30) um avião oficial vai buscá-los. E um avião do governo francês já está a caminho da China para buscar 250 franceses, que chegam a Paris na quinta.
Outros países também estão se organizando, montando operações para retirar cidadãos da China, entre eles, Coréia do Sul, Marrocos, Alemanha, Cazaquistão, Canadá, Rússia, Holanda, Mianmar e Austrália.
O embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Estivallet de Mesquita, disse na terça-feira que pelo menos 40 brasileiros estão entre os confinados em Wuhan e que o principal pedido deles é para deixar a China.
Nesta quarta-feira cedo, durante entrevista para a rádio CBN, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, disse que o governo ainda não tem planos para retirada de brasileiros da China.
“Por enquanto, não há esse plano porque não há um número significativo de brasileiros. Para tirar basicamente o brasileiro da China, aí muda de figura, mas tirar especificamente dessa província que foi atingida, não há um planejamento agora, porque não é um número significativo que obrigue a sair dessa rotina de empresas aéreas normais para o emprego de aeronaves especiais para fazer esse tipo de recolhimento lá”.
À tarde, o Ministério da Saúde informou que ainda não sabe se é melhor trazer os brasileiros e que a decisão cabe ao Ministério das Relações Exteriores.
“Do ponto de vista de saúde pública, nós não temos elementos ainda para dizer o que que é melhor, se é melhor a gente trazer imediatamente as pessoas para cá ou se é melhor que as pessoas venham depois. Nós não temos dados. Nós não temos ainda as informações para nos posicionarmos em relação a essa questão. Por enquanto, o assunto está sendo tratado pelo Itamaraty”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis.
Questionado, o Ministério das Relações Exteriores também não falou em plano de retirada dos brasileiros. Disse apenas que mantém estreita coordenação para acompanhar os desdobramentos do surto de vírus e suas implicações para a população brasileira, e que a embaixada do Brasil em Pequim e os consulados-gerais brasileiros na China estão em contato permanente com a comunidade brasileira naquele país. E que a estimativa é de que haja 70 brasileiros na região de Hubei e 11 mil em toda a China.
No Palácio do Planalto, a informação é que o presidente Jair Bolsonaro pediu o levantamento para saber quantos brasileiros estão em Wuhan e quantos querem sair de lá. O ministério da Saúde, da Defesa e das Relações Exteriores vão levantar os dados para decidir o que fazer.
E saiu nesta quarta-feira o resultado do exame da menina brasileira de 10 anos internada com suspeita de coronavírus nas Filipinas. Deu negativo para a doença. Foi o embaixador do Brasil, Rodrigo do Amaral Souza, quem deu a informação ao Hora 1.
A família, que mora em Wuhan e está de férias nas Filipinas, vai continuar em isolamento até que saia o resultado de uma contraprova do exame para descartar completamente a doença.
VIA: G1