Uma auditoria da Controladoria-Geral do Estado do RJ (CGE-RJ) em espaços públicos levantou falhas básicas de segurança no Theatro Municipal do Rio, no Centro.
O relatório, a que a GloboNews teve acesso com exclusividade, considerou que a situação da casa centenária é “preocupante”. Um dos alertas é o alarme contra incêndio inoperante.
“São locais frequentados por muitas pessoas, que têm um acervo cultural que é insubstituível”, destacou o controlador-geral, Bernardo Barbosa.
“Então, um incêndio, um dano, um desabamento num equipamento desse, além da perda de vidas humanas, gera também a possibilidade de perdas irreparáveis ao patrimônio cultural do estado”, emendou.
O que a vistoria encontrou
A CGE-RJ estabeleceu uma escala de 1 a 3 para o sistema de prevenção e combate a incêndios.
- Risco baixo
- Risco médio
- Risco alto, situação emergencial.
O palco e o entorno, por exemplo, receberam grau 2.
A primeira falha é a falta do Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros, documento que atesta se as normas de segurança estão sendo cumpridas.
O relatório da auditoria também destacou que o detector de fumaça e o alarme de incêndio não estão funcionando.
Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de risco, afirma que o Theatro Municipal é uma “cilada”.
“O mínimo é cumprir as obrigações que o bombeiro exige. Se tem um sistema de alarme e ele não está funcionando, isso é uma cilada”, diz.
Questionada pelos auditores, a fundação responsável pelo Theatro admitiu que nenhum funcionário foi treinado para combate a incêndio.
Em uma das respostas à CGE-RJ, a direção do teatro diz que o “sistema de refrigeração está há quase nove anos sem manutenção preventiva e corretiva, embora vários processos administrativos tenham sido abertos, porém não autorizados por dificuldades financeiras”.
Portela aponta aí outro “alto risco”. “É grave. Porque um equipamento, principalmente um ar-condicionado, não pode ficar nove anos sem manutenção. “A gente tem aí um caso recente do Museu Nacional, cujo incêndio começou num aparelho de ar condicionado”, lembrou.
A auditoria aprovou a agilidade da brigada de incêndio. Para testar o tempo de resposta a uma emergência, um brigadista foi chamado ao palco e apareceu em três minutos.
O que diz o Theatro Municipal
Aldo Mussi, presidente da Fundação Theatro Municipal, garante que a casa tem “bastante segurança”.
“O próprio relatório colocou a gente no nível médio. Aqui é um local seguro, a população tem muita evacuação para fazer, é muito simples de a gente orientar, nossas equipes são bem treinadas.
“Queremos melhorar ainda mais, muitas coisas nós vamos implementar ainda para as melhorias, mas a população pode vir tranquilamente. Aqui é uma casa com bastante segurança”, frisou.
A Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa esclareceu, em nota, que a auditoria feita pela CGE-RJ em espaços culturais estaduais se trata de uma solicitação do governo.
O estudo foi pedido para que se tomasse conhecimento das reais condições dos locais e, com o diagnóstico, pudesse ser feito um trabalho de saneamento das deficiências.
VIA: G1