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Niterói poderá perder mais de R$ 1,2 bilhão em royalties de petróleo em três anos

Niterói poderá perder R$ 1,2 bilhão em royalties de petróleo nos próximos três anos se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade da chamada Lei dos Royalties . A matéria — sancionada pelo Congresso em 2012, mas suspensa em 2013 pela ministra Cármen Lúcia ao acolher liminar de Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pelo governo do Rio — está agendada para voltar no dia 20 de novembro ao plenário do Supremo.

Evolução na transferência de repasses
Se nova lei for aprovada pelo STF, em três anos perda será de mais de R$ 1,2 bilhão (valores em R$ bilhões)
Previsão com a aprovação da lei
Previsão de valor arrecadado
1,44
1,37
1,34
1,28
1,17
0,94
0,87
0,83
0,63
0,3
0,25
0,22
0,14
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
Fontes: Agência Nacional do Petróleo (ANP) e
Lei de Diretrizes Orçamentárias de Niterói (LDO)

Em 2018, os recursos provenientes dos royalties representaram cerca de 40% do orçamento municipal: cerca de R$ 1,3 bilhão de uma receita total de R$ 3,2 bilhões. Esse capital foi importante para a implementação de projetos nas áreas de segurança e infraestrutura. No Niterói Presente , por exemplo, parte dos R$ 55 milhões investidos anualmente no programa vêm dos royalties do petróleo, assim como o reforço do policiamento nas ruas por meio do Proeis . Obras de pavimentação, drenagem e contenção de encostas também vêm sendo custeadas com esses recursos, como o investimento de cerca de R$ 20 milhões em obras de contenção de encostas no Cubango , em Santa Bárbara e no Morro do Arroz .

Em nota, a prefeitura afirma que “uma decisão do STF que restrinja o repasse dos royalties colocaria em risco a ampliação ou mesmo manutenção desses programas e investimentos nos níveis atuais”.

“Medida ilegal”

A legislação que será discutida no STF altera a distribuição de royalties e participações especiais na exploração do petróleo nos estados e municípios produtores, afetando diretamente Niterói, que é a segunda maior destinatária de receitas dessa natureza no Estado do Rio, atrás apenas da vizinha Maricá.

 Se a lei for considerada legal, a fatia de compensações pagas pela exploração referente aos royalties cairá de 26,25% para 20%. O montante repassado relativo às participações especiais sofrerá um corte ainda maior: de 40% para 20%.

Segundo o prefeito Rodrigo Neves , os recursos oriundos do petróleo são, por definição, compensações pelo risco ambiental que estados e cidades produtoras sofrem. Quanto maior a extração, maior o risco ao meio ambiente e às populações que vivem na área de influência da atividade exploratória. Portanto, alterar o critério de distribuição é ilegal:

— Em Niterói , há uma série de investimentos de desenvolvimento sustentável e infraestrutura necessários para suportar essa atividade econômica. É justo ferir um estado e as cidades que precisam se preparar para os impactos da exploração do petróleo e dividir essas compensações financeiras com outros estados e municípios que terão benefícios irrisórios do ponto de vista de arrecadação? O que precisa ser feito é fiscalizar a aplicação dos recursos e aplicá-los no desenvolvimento e no crescimento sustentável dos estados e das cidades produtoras.

Poupança

Em março deste ano, a prefeitura criou o Fundo de Estabilização da Receita (FER), uma espécie de poupança que receberá, por 20 anos, 10% dos recursos repassados trimestralmente relativos às participações especiais do petróleo. O primeiro aporte foi de R$ 102 milhões; hoje o fundo está com R$ 145,7 milhões.

VIA: O Globo| Por Giovanni Mourão

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