O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse, em entrevista à TV Globo nesta 6ª feira (22.mar.2019), que o presidente Jair Bolsonaro “precisa ter mais tempo para cuidar da Previdência e menos tempo cuidando do Twitter”. O deputado argumenta que, do jeito que vai, a reforma “não vai andar”.
A declaração é mais uma da série de desentendimentos entre Congresso e governo. Mais cedo, Maia disse que a responsabilidade de angariar votos para a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) é de Bolsonaro, e não dele.
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, ele teria dito em telefonema ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que praticaria a “nova política”, ou seja, não fazer nada e esperar aplausos nas redes sociais.
Também nesta 6ª, Bolsonaro comparou Maia a uma namorada que ia embora. Disse não ter dado motivos para que o presidente da Câmara deixasse a articulação pela reforma da Previdência. Governistas –como a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e o senador e filho do presidente, Jair Bolsonaro– exaltaram o demista.
Maia respondeu: “Eu não preciso almoçar, não preciso do café e não preciso voltar a namorar. Eu preciso que o presidente assuma de forma definitiva o seu papel institucional, que é liderar a votação da reforma da Previdência, chamar partido por partido que quer aprovar a Previdência e mostrar os motivos dessa necessidade”.
PROVOCAÇÃO DE CARLOS BOLSONARO, EMBATE COM MORO
O 01 (Flávio) tentou colocar panos quentes nesta 6ª. Mas, na 5ª (21.mar), o 02 –vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ)– ironizou Rodrigo Maia logo após a prisão do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, casado com a sogra do deputado.
Em seu perfil no Instagram, Carlos repercutiu a troca de farpas entre Maia e o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, do dia anterior. Deu razão ao ex-juiz e, pouco tempo depois de Moreira Franco ser preso, questionou: “Por que o presidente da Câmara anda tão nervoso?
Rodrigo Maia não gostou do post, assim como não havia ficado satisfeito com as críticas de Moro ao congelamento da tramitação do “pacote anticrime”. Maia disse que o ex-juiz “não entende de política”, chamou-o de “funcionário de Bolsonaro” e classificou o projeto como “copia e cola” de proposta do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Moro respondeu: “Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais.”
DÓLAR NA COTAÇÃO MAIS ALTA DO ANO
Os desentendimentos entre Executivo e Legislativo, somados à prisão do ex-presidente Michel Temer, refletiram no fechamento do mercado nesta 6ª feira. O dólar fechou na cotação mais alta do ano.
A moeda norte-americana subiu 2,69%, a R$ 3,902. Foi o maior patamar atingido desde 26 de dezembro de 2018, quando ficou em R$ 3,915.
VIA: Poder 360