Um problema de mais de meio século. O aposentado Alceu Pinheiro, de 99 anos, mora e caminha pela Rua Odilon Braga, no Jardim Califórnia, desde 1950. Desde quando ele foi morar lá, a população da região sofre com a poluição do Rio Califórnia. De acordo com o idoso, há 69 anos ele convive com o lixo e o esgoto depositado no local.
“O cheiro de lixo e esgoto incomoda muito. Não ter a cerca de proteção é um perigo para quem passa, a hora que chove a água toma isso tudo, alaga a rua não dá nem pra passar quando está chovendo. Moro aqui desde 1950 e esse rio já estava assim, todo sujo”, lamentou.
Mesmo com dificuldades para andar, amparado por uma bengala, e com quase 100 anos de idade, Alceu ainda junta forças para manifestar sua insatisfação com a população. Ele se revolta com a vizinhança que, além de não ajudar na limpeza, joga lixo no rio. “O povo também não faz a sua parte e joga muito lixo no rio. As pessoas tem que parar de sujar e, se possível, ajudar a limpar, pois o poder público se omite”, conclui.
Com 76 anos a menos que Alceu, o trabalhador autônomo Rodrigo Silva, de 23 anos, também se indigna com a situação do Rio Califórnia. Ele ainda lembra da morte de um homem de 52 anos, em janeiro de 2018, após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza, durante uma forte chuva, devido a falta de cercas de proteção e sinalização na localidade.
“Qualquer chuva de 10 minutos isso aqui enche e fica intransitável. Morreu um rapaz aqui, que saiu do carro no meio da chuva.Deveria ter pelo menos uma sinalização, mas não tem, o rio fica aberto e qualquer pessoa pode cair. Muito perigoso. água bate no peito quando isso aqui enche”, disse.
VIA: O São Gonçalo | Foto: Foto: Luiz Nicolela
