Aeroporto Santos Dumont suspende voos após pista ser tomada por óleo

O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, amanheceu fechado nesta terça-feira (30) devido a um incidente de segurança que paralisou todas as operações. Técnicos da Infraero identificaram que a pista principal estava tomada por óleo, o que representava risco para pousos e decolagens. Até o fim da manhã, não havia previsão oficial para a retomada.

Ao menos 137 voos — entre partidas e chegadas — foram cancelados. Alguns poucos foram redirecionados para o Galeão, mas a maioria dos passageiros acabou enfrentando longas horas de espera dentro do terminal. O cenário foi de lotação, incerteza e muitas reclamações.

“Esse atraso compromete totalmente a nossa agenda. Tínhamos reuniões e compromissos em São Paulo que vão ser perdidos”, desabafou João Gabriel Soares, executivo de uma empresa de telefonia.

Segundo a Infraero, o problema começou na noite de segunda-feira (29), durante uma inspeção de rotina. Um veículo de apoio apresentou falha e espalhou óleo na pista, justamente na região da cabeceira, ponto decisivo para pousos e acelerações de decolagem.

Diante do risco de derrapagens, a operação foi suspensa. O aeroporto, que costuma ter movimento intenso já a partir das 6h, não registrou nenhuma decolagem ou pouso nesta manhã. O impacto também se refletiu em outros terminais, como Congonhas, Viracopos, Confins e Brasília.

Durante a manhã, os alto-falantes chegaram a anunciar previsões de retomada para 14h e depois para 17h, mas a Infraero preferiu não confirmar horários. “A pista só será liberada quando estiver completamente segura, dentro dos padrões internacionais”, disse a estatal em nota.

O engenheiro Bruno Pulier, que tinha voo marcado para Congonhas às 8h, contou que chegou a ver o embarque confirmado no painel, mas acabou sendo surpreendido pelo cancelamento. “Agora vou trabalhar daqui mesmo, com o computador. Não tem muito o que fazer.”

Já o aposentado José Welton, que tinha conexão em São Paulo rumo a Minas, relatou frustração. “Descobri aqui no balcão que o voo não existia mais. Vou ter que voltar para casa e esperar a companhia resolver.”

A aposentada Diva Anastácia chegou a embarcar, mas não saiu do chão. “Ficamos mais de uma hora dentro do avião aguardando uma solução. Deram várias previsões, mas nada se concretizou”, contou.

Equipes da Infraero trabalharam desde cedo em um mutirão de limpeza, utilizando desengraxante biodegradável para remover o óleo. Imagens aéreas mostraram funcionários espalhados por diferentes pontos da pista, esfregando e lavando o solo.

O órgão reiterou que a prioridade é a segurança dos passageiros e informou que já publicou o Notam (aviso aos navegadores aéreos) comunicando oficialmente a paralisação. A investigação sobre as circunstâncias do vazamento segue em andamento.

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