O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil deflagraram, nesta terça-feira (2), a Operação Mibius, voltada ao combate a uma milícia que explorava comerciantes e mototaxistas em Queimados, na Baixada Fluminense. Até o momento, três pessoas foram presas, entre elas um policial civil e um ex-servidor da prefeitura do município.
A ação foi conduzida por promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) em conjunto com agentes da 55ª DP (Queimados). Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão. Um dos alvos já estava encarcerado em Gericinó, identificado como João Carlos Lustosa da Silva, apontado como chefe da organização criminosa.
De acordo com as investigações, o policial civil Flavio Cordeiro Candreva fornecia armas para o grupo. Já o ex-servidor municipal Paulo Alberto de Lima, que atuou no Conselho Tutelar, usava um carro oficial do órgão para transportar milicianos e facilitar a circulação da quadrilha pela cidade. Atualmente, ele não integra mais o quadro da prefeitura. Ambos foram detidos nesta terça-feira.
As apurações tiveram início a partir da análise de celulares apreendidos em agosto do ano passado, quando milicianos foram flagrados com um carro roubado, armas de fogo e fardas semelhantes às usadas por policiais civis. As mensagens encontradas nesses aparelhos ajudaram a identificar outros integrantes da quadrilha.
Segundo o MPRJ, a milícia explorava os bairros de Fanchem, Porteira e Paraíso, impondo cobranças ilegais a comerciantes e mototaxistas. Sob ameaça, exigiam o pagamento de uma “taxa de segurança” e, em alguns casos, recolhiam as chaves das motocicletas das vítimas como forma de pressão.
Para dar aparência de legalidade às extorsões, o grupo utilizava a fachada de uma empresa chamada Mibius Segurança Privada, que distribuía cartões de contato e chaves PIX para recolhimento dos valores exigidos.
Os cinco investigados foram denunciados à Justiça pelo Gaeco pelos crimes de constituição de milícia privada e extorsão qualificada.


