Os meses de julho e de agosto são considerados os mais críticos em relação às queimadas, porque é no auge do inverno que o tempo fica mais seco – o que favorece à formação de incêndios.
Neste ano, a preocupação é ainda maior devido à severa estiagem que o Paraná vem enfrentando.
As queimadas às margens de rodovia são um perigo para os motoristas e foram motivo de alerta da Prefeitura de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Tragédia
Na noite de domingo (2), oito pessoas morreram em um acidente com 22 veículos na BR-277, em São José dos Pinhais.
Falta de visilibidade
A fumaça atrapalha a visibilidade.
Na quarta-feira (29), por exemplo, a equipe de reportagem da RPC encontrou um trecho da BR-277, em São José dos Pinhais, em que havia muita fumaça no início da manhã oriunda de uma queimada de vegetação perto da estrada.
A concessionária Ecovia, que é responsável pelo trecho, havia dado um alerta para que motoristas tomassem cuidado principalmente ao longo desses meses para o risco de queimadas na região por causa do tempo seco.
Na semana passada, a concessionária informou que tinha atendido a 30 ocorrências de queimadas nos dias anteriores às margens da BR-277. O Corpo de Bombeiros, inclusive, havia sido acionado para atender a um caso de queimada na terça-feira (28) perto da rodovia, em São José dos Pinhais.
Em 2019, de acordo com a Ecovia, 22 ocorrências de queimadas foram atendidas no trecho nesse período do ano. Em 2018, foram 15 ocorrências. Todos os anos, no inverno, a situação se agrava.
Uma das recomendações é evitar colocar fogo no lixo, pois pode provocar um incêndio. Também deve-se evitar jogar bituca de cigarro na rodovia.
“Nós estamos em plena campanha no estado do Paraná e orientamos a toda população não jogar bitucas de cigarro, não colocar fogo em lixos – seja doméstico ou ambiental – porque pode perder esse controle e causar um acidente trágico e lamentável e triste”, afirmou o major do Corpo de Bombeiros, Emerson Guimarães Ferreira.
Alerta da prefeitura
Na terça-feira, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São José dos Pinhais também emitiu um alerta sobre queimadas na região.
A pasta informou que tinha sido verificado um aumento do número de denúncias de queimadas na cidade. ” É importante lembrar que por conta do tempo seco, qualquer tipo de queimada ou incêndio pode aumentar”, dizia um trecho do comunicado.
O alerta afirmava que, nas últimas duas semanas, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente havia recebido de 20 a 30 reclamações diárias de diversas queimadas, principalmente em torno do canal extravasor do Rio Iguaçu.
Área alagada
O major Emerson Guimarães Ferreira explicou que, como a área onde há os focos de incêndio é alagada, existe uma dificuldade maior para apagar o incêndio.
“Nós temos que atender os fogos quase que isoladamente. A nossa missão é preservar vidas humanas, então não tem como eu colocar todo o meu pessoal nessa área de charco. O incêndio pode nos fechar e é um grande risco para nós. Nós controlamos esses incêndios para que eles não cheguem perto das residências”, explicou.
O major disse que esse tipo de incêndio no charco não provoca grandes chamas, mas fumaça.
“Ontem, especificamente, em função da neblina que tinha no local pela área úmida potencializou a falta de visibilidade, acontecendo o acidente”, afirmou o major dos bombeiros.