Presidente da Câmara de Belford Roxo é denunciado por crime ambiental

O presidente da Câmara dos Vereadores de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por crime ambiental. Como mostrou o RJ2 desta quinta-feira (4), a polícia também suspeita que ele tenha envolvimento com uma milícia da cidade.

Segundo a denúncia, Márcio Cardoso (PSL), o Marcinho Bombeiro, é responsável pela poluição e por um aterro ilegal que fica às margens do Rio Botas, que corta Belford Roxo. Uma foto anexada ao processo e exibida no RJ2 comprova o crime ambiental.

Os investigadores descobriram que o presidente da Câmara determinou o aterramento de um trecho que fica às margens do Rio e usou dois caminhões da prefeitura para transportar o material.

Também de acordo com o MP, a quantidade de entulho depositado próximo ao rio representa um risco à saúde pública e pode provocar o desvio do curso do afluente. Isso, segundo os promotores, pode ainda aumentar o risco de alagamentos.

Além disso, o presidente da Câmara é acusado de dificultar a ação de fiscais do Instituto Estadual do Ambiente, o Inea, no dia 12 de março. Durante a operação, os agentes do órgão estadual constataram o despejo irregular de entulho.

Durante a fiscalização, Marcinho Bombeiro chegou com dois homens armados e teria ameaçado a equipe do Inea. O MP sustenta que o próprio vereador também estaria armado e impediu a apreensão de caminhões.

A investigação indica que o parlamentar tem outros registros de ocorrência na polícia por crimes de violação de domicílio, ameaça, formação de quadrilha e porte ilegal de arma. O MP sinaliza que esses fatos podem estar relacionados à atuação de Márcio a milicianos da Baixada.

O parlamentar também passará a responder por crime ambiental, por impedir a fiscalização do Inea e por peculato, que é o uso ilegal de dinheiro público.

O RJ2 foi à Câmara da cidade para falar com o vereador, mas ele não foi encontrado. Um diretor da Casa recebeu a equipe de reportagem e negou envolvimento do presidente no aterro clandestino.

“Eles acusam ele de uma coisa que ele diz que não foi ele, que chamaram ele pra fazer um TAC, um termo de ajustamento de conduta”, disse o diretor Arnaldo Pereira.

A juíza Larissa Nunes Sally, responsável pelo caso, informou em nota que o caso está sob segredo de Justiça. O MP pede o afastamento de Marcinho do cargo de presidente da Câmara. A magistrada negou o pedido de prisão preventiva para o parlamentar.

O MPRJ alega, também, que a juíza não fixou um prazo para definir se afasta ou não Marcinho do cargo. A polícia e o MP seguem investigando o caso.

Em nota, a Prefeitura de Belford Roxo disse que no dia da fiscalização havia um caminhão do município estacionado no local por causa de uma obra, e que isso pode ter provocado a confusão. O Inea informou que vai apurar o que aconteceu.

VIA: G1

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